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Jogo de reencontro entre Silas e Avaí, ambiente amistoso, clima de paz em campo, correto? Absolutamente errado. Foi em partida recheada de tensão, marcada por confusão dos catarinenses com a arbitragem, que o Grêmio encaminhou classificação às quartas de final da Copa do Brasil. A vitória de 3 a 1 sobre o Leão, na noite desta quarta-feira, no Olímpico, teve gols de Jonas, duas vezes, e Borges para os gaúchos. Os visitantes marcaram com Robinho.
O resultado dá um pouco de conforto ao Grêmio. O time tricolor pode até perder por um gol na quarta-feira da semana que vem, na Ressacada, em Florianópolis – ou ainda por dois gols, desde que seja a partir do 4 a 2. Ao Avaí, resta ganhar por 2 a 0 ou por três gols de vantagem. Se o Leão devolver o placar do Olímpico, a decisão de vaga irá aos pênaltis. O adversário de Grêmio ou Avaí nas quartas de final sai do duelo entre Fluminense e Portuguesa - 1 a 0 para os cariocas no primeiro jogo.
Garantido na final do Gauchão, o Tricolor não atuará no fim de semana. A equipe catarinense tem clássico contra o Figueirense.
As duas verdades do primeiro tempo
Caio, meia do Avaí, saiu de campo em momento de absoluta revolta na metade do primeiro tempo, disposto a pegar o árbitro Alício Pena Júnior e um de seus auxiliares pelo pescoço depois de ser expulso, e tascou:
- É um ladrão, um safado, que veio nos roubar. O Grêmio não precisa disso!
A indignação do jogador resumiu o sentimento do Avaí no primeiro tempo. E ilustrou uma das verdades da etapa inicial. De fato, o Grêmio foi beneficiado por um erro da arbitragem. Mas há uma outra verdade: a enorme superioridade do time gaúcho, que mereceu a vitória de 2 a 0 nos primeiros 45 minutos.
O Grêmio já era o dono do jogo quando o Avaí foi tomado pela revolta em campo. A equipe de Silas havia criado quatro chances de gol: chute por cima de Willian Magrão, conclusão errada de Douglas, corte da zaga catarinense um segundo antes de Borges poder aproveitar cruzamento de Jonas e cabeceio de Leandro. Aos 18 minutos, nasceu o gol. E a confusão.
Douglas recebeu pela ponta direita. Para se livrar da marcação, deu um elástico, mas jogou a bola para fora. A arbitragem viu desvio e marcou escanteio. O próprio Douglas cobrou na cabeça de Willian Magrão, que acertou o travessão do Avaí. No rebote, Jonas fez. O toque da bola na rede do Olímpico foi a senha para os jogadores do Leão partirem em disparada na direção do bandeira Marconi Helbert Vieira. O auxiliar foi cercado. Em meio a reclamações, o árbitro resolveu expulsar Caio. Indignado, o jogador cruzou o campo em alta velocidade. Parecia que daria um carrinho no auxiliar. Teve que ser contido. No caminho para o vestiário, espumou de raiva e metralhou
xingamentos à arbitragem.
O Grêmio teve sorte no erro do árbitro e competência para aproveitar a situação. O domínio tricolor ficou ainda maior após a expulsão de Caio. Borges, que correu risco de expulsão ao trocar empurrões com o zagueiro Gabriel, logo faria o segundo. Aos 28, ele recebeu de Willian Magrão e girou para o gol, bem no estilo dele. Quando o goleiro pensou em como agir, a bola já estava entrando. Bonito gol do centroavante, de volta ao time após um mês e meio de afastamento – consequência de lesão muscular.
Estava na cara que a situação do Avaí não era boa. E ficou pior. Sávio sentiu lesão muscular e teve que ser substituído. Bem controlado, o Leão arriscou conclusões de longe e cruzamentos para a área. Em vão. O primeiro tempo era do Grêmio.
Um gol para cada lado
O segundo tempo manteve o Avaí vivo na Copa do Brasil. Com 11 minutos, após linda triangulação ofensiva, o Grêmio chegou ao terceiro gol, com Jonas. Willian Magrão concluiu a gol, e o atacante, no rebote, marcou. Era uma vantagem quase definitiva para os gaúchos. Era. Porque o Avaí logo diminuiria.
Ciente de que a derrota de 3 a 0 era mortal, o time visitante partiu ao ataque. Aos 12, Victor espalmou para a frente a pancada de Emerson Nunes. Robinho, no rebote, marcou o gol da ressurreição catarinense. E poderiam ter saído outros.
O Grêmio passou dez minutos em curto-circuito, vendo a bola passar por sua área sem fazer nada. Roberto, aos 17 minutos, faria o segundo se Fábio Santos não aparecesse na hora certa para cortar com carrinho.
Passado o susto, o Grêmio se reorganizou. E também teve ótima chance. Em cruzamento da direita, Jonas emendou de primeira. Foi uma pancada. E o goleiro Zé Carlos fez defesa de cair o queixo. Quase.
Rafael, aos 40, perderia a chance definitiva para o Leão. Após cruzamento, a bola ficou pronta para o defensor catarinense. Mas ele mandou para fora. Foi o ato final de um jogo que ficou mesmo no 3 a 1, resultado que mantém o duelo quente para a semana que vem.
Ficha técnica:
GRÊMIO 3 x 1 AVAÍ | |
Victor, Edílson (Ozeia), Mário Fernandes, Rodrigo e Fábio Santos; Ferdinando (Adílson), Willian Magrão, Douglas e Leandro (Mithyuê); Jonas e Borges. | Zé Carlos, Gabriel, Rafael e Emerson Nunes; Patric, Marcinho Guerreiro, Batista (Rodrigo), Caio, Sávio (Roberto) e Uêndel; Vandinho (Robinho). |
Técnico: Silas. | Técnico: P. Chamusca |
Gols: Jonas, aos 18, e Borges, aos 28 minutos do primeiro tempo; Jonas, aos 11, e Robinho, aos 12 minutos do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Ferdinando, Edílson, Leandro e Willian Magrão (Grêmio); Marcinho Guerreiro, Vandinho e Batista (Avaí). Cartões vermelhos: Caio (Avaí). | |
Estádio: Olímpico. Data: 14/04/2010. Árbitro: Alício Pena Júnior (MG).Auxiliares: Marconi Helbert Vieira (MG) e Marcus Vinícius Gomes (MG). |
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